sábado, 23/09/2023

Após polêmica com pronome neutro, Assembleia Legislativa pede que UEMS corrija edital

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul pretende enviar nas próximas semanas um requerimento à Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) para que o edital publicado no dia 17 de maio, no Diário Oficial de MS, seja corrigido e a linguagem neutra utilizada no documento seja eliminada. 

O uso deste tipo de linguagem, que não define gênero femino e masculino, no edital da universidade  já havia sido tema de debate na Casa de Leis. A publicação trata da abertura de vagas para o curso de pós-graduação lato sensu em Currículo de Diversidade no campus de Dourados. 

A polêmica foi gerada porque no texto, além de trazer o masculino e feminino, o documento também se refere ao pronome neutro ao tratar dos candidatos. Por exemplo, quando fala das vagas de ações afirmativas 

“Os/As/Es candidatos/as/es autodeclarados/as/es para as vagas de ações afirmativas concorrerão, exclusivamente, às vagas reservadas para sua modalidade”, diz um trecho do documento.

Neste caso o E serve para designar pessoas que não se identificam com o gênero masculno e nem feminino, sendo que muitas vezes o neutro também é trocado por neutre, com E, para não indicar binaridade. 

Apesar de tentar ser inclusivo, o edital está irregular por não seguir a norma estabelecida pela lei estadual n°5.820, de 2021, que foi sancionada no ano passado e estabelece que documentos oficiais, bem como nas escolas e universidades administradas pelo estado. 

À época em que a lei foi proposta, o autor, o deputado estadual Márcio Fernandes (MDB), afirmou que a linguagem neutra e outras flexões de gênero são contrárias às regras gramaticais nacionalmente ensinadas e que seguem o português culto. 

Ainda de acordo com o requerimento em tramitação na Casa de Leis, o pedido de correção será feito diretamente para a Pró-Reitora da unidade de Dourados, Maria José de Jesus e para a coordenadora do curso da pós-graduação em questão, Cíntia Santos.

Além de providenciar a adequação para a norma culta, os deputados irão solicitar que a  UEMS explique os motivos pelos quais não cumpriu a lei estadual n° 5.820. 

No dia em que o edital foi publicado, o parlamentar Rafael Tavares (PRTB), havia levado a situação para uma sessão da Casa de Leis e disse que escrever desta forma no documento colocava os demais concorrentes, os que não se identificam com a linguagem neutra, “em uma situação ridícula”.

Nesta mesma ocasião, Márcio Fernandes, autor da lei, pediu que o requerimento fosse encaminhado em nome da Assembleia Legislativa. Ele figura como um dos requerentes ao lado de Rafael Tavares e mais 10 parlamentares.

ASSINE O CORREIO DO ESTADO

@@NOTICIAS_RELACIONADAS@@

 

CRÉDITO: CORREIO DO ESTADO

CATEGORIAS:

Últimas Notícias

Mais notícias

TSE julga nesta semana recurso de Bolsonaro contra inelegibilidade

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) julga nesta semana, dia 22, o recurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra a decisão que o tornou inelegível...

Prefeita troca coordenador de urgência e emergência da Sesau

A prefeita Adriane Lopes (PP) fez mais uma troca na gestão nesta segunda-feira (19). Desta vez, na Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). O escolhido...

Último lote de restituição do Imposto de Renda vai injetar R$ 27,2 milhões em MS

Vistoria é feita de três em três dias e embargo à exportação imposto pelo mercado japonês deva durar apenas "por dias" Vice-presidente da Iagro (Agência...

MS registra o 1º caso de Gripe Aviária

MS confirma o primeiro casa de Gripe Aviária; segundo o MAPA. O caso foi confirmado numa ave doméstica em Bonito. No Brasil tem um...